Vikings | 5ª temporada inicia expansão do mundo nórdico

Novo ano desacelera o ritmo para criar novas histórias e um novo começo

[Cuidado! Spoilers da quarta temporada de Vikings abaixo]

A jornada que a 5ª temporada de Vikings enfrentará não será fácil. O seriado recentemente entregou alguns de seus mais ousados episódios com disputas e traições, chegando até mesmo a matar seu protagonista. Concluir com a vingança dos filhos de Ragnar Lothbrok parecia um fim digno. Como dar sequência à algo que parece finalizado?
À convite da Fox, assistimos os dois primeiros capítulos do novo ano para descobrir como a série do History Channel respondeu essa pergunta.

"The Departed", episódio de estreia, começa de onde as coisas pararam: os guerreiros lamentam a perda de Sigurd, irmão Lothbrok assassinado "por acidente" pelas mãos de Ivar (Alex Hogh Andersen). Enquanto o finale da quarta temporada dava a entender que as disputas internas tornariam-se o ponto central da narrativa, aqui elas rapidamente passam ao plano de fundo - o que pode acabar sendo uma boa decisão. É certo que há um desgaste emocional entre os descendentes de Ragnar, mas dar início à uma guerra civil tão cedo assim não renderia histórias interessantes o bastante para segurar 20 episódios.
Ao invés disso, o ritmo é desacelerado e a trama fragmentada para dar espaço às várias motivações e objetivos diferentes dos vários personagens: Ivar é cada vez mais desenvolvido como uma sádico com gosto pela violência e poder, rindo com gosto ao pilhar e destruir cidades.
Somos também apresentados a Heahmund, o bispo guerreiro interpretado por Jonathan Rhys Meyers (The Tudors), que servirá como nêmesis de Ivar. Infelizmente o personagem tem pouco tempo de tela nos episódios iniciais, mas já desperta a curiosidade ao deixar seu conflito explícito: ao mesmo tempo que é um homem de Deus que zela pela paz e jura destruir os nórdicos "pagãos selvagens", também desvirtua-se da sua própria religiosidade ao deitar-se com as fiéis - ato que é seguido por culpa, castigo e punição. Tanto Heahmund quanto Ivar são guerreiros com objetivos opostos, mas indivíduos igualmente problemáticos, e é essa disputa que parece tomar os holofotes da quinta temporada.
Enquanto isso, as subtramas também não deixam a desejar: o programa rapidamente mostra o início da jornada de Bjorn (Alexander Ludwig) para desbravar o Oriente Médio; Floki (Gustaf Skarsgard) se aproximando dos seus deuses, que rende algumas das paisagens e cenas mais bonitas mostradas no programa; e também o duelo entre Lagertha (Katheryn Winnick) e o rei Harald (Peter Franzén) pelo controle de Kattegat - que resultará na batalha "mais extraordinária" da série, segundo o criador Michael Hirst.
Julgando pelos dois primeiros capítulos, a 5ª temporada de Vikings parece um novo começo: um que mostrará o enorme mundo que Ragnar tanto queria desbravar, com diversos núcleos de personagens com motivações diferentes (e ocasionalmente conflitantes) atuando em várias partes do globo - assim como foi na vida real.
O programa já não tem mais o mesmo ritmo que tinha quando mostrou invasões à cidade de Paris ou guerras em larga escala, mas diminuir um pouco a velocidade para criar novas histórias pode ter sido a decisão correta. Resta ver se o restante dos episódios desenvolverão todas as partes com a atenção necessária, mas é bom ver que a produção decidiu ir com calma ao invés de sacrificar um roteiro bem escrito pelo frenesi das grandes guerras.
Vikings é transmitido simultaneamente às quintas no Brasil pelo canal pago Fox Premium 2, às 1h da manhã - com reprise no dia seguinte, às 22h. Os episódios mais novos também entram para o serviço de streaming Fox Play, enquanto as temporadas passadas podem ser assistidas na Netflix.

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